A Vida a pulsar nas minhas veias!

25-07-2019

Há cerca de 8 anos, pouco depois de ter descoberto o Projecto Vida Desperta (ALP), comecei a fazer parte do grupo de homens deste projecto. Desde então tem sido uma aprendizagem incrível, não apenas do que respeita aos condicionamentos masculinos, mas acima de tudo da própria condição humana, para além do género.

No passado Domingo, no final de mais um grupo, fui desafiado pelo meu mestre espiritual e pelos meus irmãos que me conhecem melhor. Neste desafio, foi-me reflectido que apesar de eu ter mudado muito desde que mudei de vida, a verdade é que a minha expressão a maior parte das vezes ainda fica muito aquém da minha mais profunda realização e entendimento. Esta não foi a primeira vez que eu fui confrontado com esta realidade, e no passado houve sempre uma resposta positiva, mas como acontece com tantas outras coisas na vida, acabei sempre por me conformar e contentar com os velhos hábitos de me manter na minha zona de conforto. E porquê? Porque o medo de ir além das minhas ideias, do que me é conhecido e confortável me tem feito continuar a pensar pequeno, não me mostrar sem reservas aos outros e, em última instância, não permitir que a Vida flua no meu corpo de uma forma espontânea e criativa, a cada momento.

Depois de regressar a casa no fim desse grupo, contei à Teresa sobre o desafio e como me sentia, o que a deixou muito feliz, pois por várias vezes ela apontou para o mesmo facto de eu ainda continuar muito controlado (e controlador), rígido e sem uma contagiante alegria de viver. Se eu continuo a escolher a vida que levo, a cada dia, porque não mostro mais entusiasmo e alegria por estar vivo e fazer o que faço? Basicamente porque continuo ainda muito apegado às expectativas do futuro e à identificação com a minha mente. Então, o que posso eu fazer de diferente para apoiar a vontade genuína que tenho em expressar a liberdade de quem realmente sou? Entre as várias sugestões que me foram dadas pelos outros homens deste grupo e pela Teresa, assumi 2 delas como "práticas" diárias. Uma é a de fazer uma coisa diferente todos os dias, que nunca tenha ousado fazer, para me mostrar que não há impossíveis, nem tabus, e que enquanto continuar apegado às diferentes ideias de mim próprio, nunca poderei ser verdadeiramente livre e espontâneo em cada momento...

A outra é a de dançar 5 músicas diferentes, todos os dias. Sempre disse a mim próprio que não gostava de dançar. Sempre senti uma enorme resistência e uma grande vergonha em fazê-lo, mas a verdade é que quanto mais o faço, e já vou no 5º dia, mais prazer sinto em soltar o corpo e a mente. A intenção não é a de parecer bem, ou aperfeiçoar certos movimentos. Não quero de todo substituir uma auto-imagem por outra diferente. A maior alegria que sinto quando danço é mesmo a liberdade de sentir o meu corpo a mover-se livremente, sem ter que representar, ou atingir qualquer ideia de perfeição. Isto tem-me permitido desfazer a minha habitual rigidez física, mas também mental e emocional. Nunca pensei sentir-me entusiasmado por ligar a música e deixar o corpo fluir, mas a verdade é que cada vez mais adoro os momentos em que o faço. E como em qualquer outra prática, o objectivo é que esta predisposição seja manifestada, não apenas nos momentos da "prática", mas em todos os momentos. Tal como na meditação ou qualquer outra prática espiritual. "The path is the goal!"

Desta forma, a minha mais profunda intenção, é a de estar cada vez mais presente, atento e disponível para responder de uma forma vulnerável, criativa e espontânea, sem nada a defender ou proteger. E para o poder fazer, tenho que abrir mão de todas a ideias de mim próprio, das minhas expectativas e as dos outros, descobrir a cada momento quem realmente sou. Haverá algo mais importante a fazer?

Se se sentirem inspirados por esta partilha e desejarem realizar uma transformação profunda, sugiro que nos contactem, ou que visitem o site do ALP, particularmente a página dos próximos retiro Intensivo de Espiritualidade Evolucionária de 10 dias e retiro de meditação e não-dualidade de 4 dias. Se o que partilho aqui ressoar em vocês, e também aspirarem por viver uma Vida em pleno, estes retiros têm um potencial radical de transformação. Fica aqui o convite :-)

Abraço forte e até breve,

Ricardo